04/12/2007 - 12h14m - Atualizado em 04/12/2007 - 13h01m
Mercadón del balón: ofertas sul-americanas
Muitos jogadores nos países vizinhos se encaixam na filosofia de bom, bonito e barato
Dos três destaques do Campeonato Brasileiro, dois são jogadores que vieram de países vizinhos: o chileno Valdivia e o uruguaio Acosta. O sucesso dos dois, que perderam para Rogério Ceni o prêmio de Craque do Brasileirão, deverá aumentar o número de estrangeiros no futebol pentacampeão.
Muitos jogadores que atuam na América do Sul podem ser enquadrados no velho slogan "bom, bonito e barato". Ou seja, cairiam como uma luva no seu time e têm salários baixos. Há dois bons exemplos disso.
O chileno Carlos Villanueva, que tem potencial para se transformar em um Valdivia nos próximos anos, ganha um salário de aproximadamente R$ 7 mil no Audax Italiano. E Richard Porta, que defende o River Plate uruguaio e é o artilheiro do campeonato nacional, recebe ainda menos: cerca de R$ 4,5 mil. Com esses valores, os dois teriam os menores salários no São Paulo ou no Flamengo, por exemplo.
O GLOBOESPORTE.COM listou alguns destaques entre nossos "hermanos", com salários que variam entre R$ 1 mil e R$ 150 mil.
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Ainda existe bastante mercado no Campeonato Brasileiro para jogadores de outros países sul-americanos. Dos 20 times que disputaram a Série A neste ano, sete terminaram o campeonato sem um estrangeiro sequer. Um deles é o Botafogo, que transformou a contratação de um "hermano" em meta para 2008.
- Vamos contratar um para saber se é bom negócio. Alguns clubes vêm fazendo essa aposta com sucesso, como Atlético-PR, Inter, Grêmio, São Paulo e Cruzeiro. Não há preocupação financeira, e sim com a parte técnica e com a adaptação do jogador - explica Carlos Augusto Montenegro, que deixou o cargo de vice de futebol mas continuará como colaborador do clube.
O Cruzeiro, que no início da década teve o argentino Sorín como ídolo, também deve aumentar a sua cota de "jugadores" - que atualmente é formada apenas pelo boliviano Marcelo Moreno. E o atacante nem é tão "hermano" assim, já que também tem nacionalidade brasileira.
- O futebol sul-americano tem bons valores. Com a queda do dólar, você traz um jogador para ganhar menos do que ganha um brasileiro. É uma maneira de aumentar o nível técnico do campeonato, que foi baixo. Acho que o número de sul-americanos vai aumentar no ano que vem - diz Eduardo Maluf, diretor de futebol.
Sim, há bons jogadores e os salários são baixos nos outros países da América do Sul. Mas nesses países, assim como no Brasil, boa parte do faturamento anual vem da negociação com o exterior. Isso quer dizer que os clubes deixam ir embora seus destaques, contanto que alguns milhões de dólares entrem em seus cofres.
É o caso de Carlos Villanueva. Não ganha muito no Audax Italiano, mas só sai se um clube desembolsar 5 milhões de euros. Caso algum brasileiro se interesse, ainda terá a concorrência de PSV Eindhoven, Inter de Milão e Fiorentina, que estão de olho nele.
Em geral, no mercado sul-americano, há duas saídas: buscar jogadores em fim de contrato ou conseguir um empréstimo com o argumento de que o futebol brasileiro é uma vitrine melhor para uma transferência para a Europa - com exceção da Argentina.
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