13/12/2007 - 09h00
Conselho do Corinthians rejeita Antônio Carlos como diretor
da Folha de S.Paulo
A contratação de Antônio Carlos como diretor técnico iniciou um mal-estar entre membros do Cori e da atual diretoria do Corinthians.
Os integrantes do órgão que deve orientar as decisões do executivo não se conformam que o clube vai gastar cerca de R$ 60 mil mensais para remunerar o ex-jogador do Santos.
A chegada de Antônio Carlos foi uma decisão do presidente Andrés Sanches, que não consultou o Cori para isso.
Andrés é amigo do agora diretor técnico corintiano, que jamais atuou nessa função. "Ele é muito competente e ganhou títulos por onde passou", disse o presidente à reportagem.
Os membros do Cori, reservadamente, alegam que o clube não precisava ter um dirigente remunerado para a função.
Cobraram ainda o vice financeiro, Raul Corrêa da Silva, a apresentar a proposta orçamentária de 2008 e mostrar a conta do departamento de futebol. Corrêa da Silva alegou ao Cori que não houve tempo hábil para fechar o orçamento.
Em conversas informais antes da reunião, integrantes do Cori alegaram que a falta de experiência de Antônio Carlos no cargo já provocou o primeiro mal-estar com o maior ídolo do time na atualidade. Ao falar sobre a negociação para aumento de salário de Felipe, o diretor afirmou que o goleiro precisa "colocar a cabeça no lugar".
Os corintianos avaliam que o dirigente não deveria ter tornado pública a insatisfação da diretoria com a recusa do goleiro ao reajuste de 80%. O salário passaria a R$ 54 mil. O Fluminense oferece R$ 120 mil a ele.
Os integrantes do Cori ainda reclamam de que Antônio Carlos não tem identificação com o clube. Essa também foi uma queixa de torcedores que estiveram no Parque São Jorge um dia após o rebaixamento à Série B para cobrar o presidente do Corinthians. O vice de futebol Mario Gobbi alega que há, sim, essa identidade, já que Antônio Carlos passou pelas categorias de base do clube antes de ser revelado pelo São Paulo.
Gobbi, porém, ficou sem resposta, durante sua primeira entrevista como dirigente de futebol, ao ser questionado por que o clube não optou por outro ex-atleta para o cargo, como o ex-lateral Wladimir. "Não sei responder a isso", declarou.
Após "fritarem" o novo diretor técnico, os membros do Cori se reuniram para definir a situação do adendo ao contrato do volante Moradei.
Uma cláusula, cobrando R$ 520 mil, foi adicionada ao acordo inicial, que previa o empréstimo sem custo. Após investigação, o Cori concluiu que houve tentativa de estelionato.
No entanto o conselho não conseguiu comprovar o envolvimento de nenhum dirigente. E definiu que o clube não vai pagar a conta e que poderá entrar na Justiça caso o Bragantino cobre a suposta dívida.