sábado, 5 de julho de 2008

Safadezas

Do Blog Democracia Corinthiana


Paciência de Jô

Ser corinthianos nos dias de hoje é um exercício constante de paciência, devido ao muito que já se espera pela estabilidade administrativa - talvez uma ilusão tão grande quanto a do estádio.

Jô no Corinthians nunca foi uma unanimidade. Soube esperar o seu momento, e tentou aproveitar quando teve a oportunidade. Passeou entre críticas ferozes e elogios contidos. Após alguns anos dessa dicotomia, foi prá Russia sem deixar saudades explícitas, e lá, embora não tenha sido herói, foi menos cobrado, respondeu ao que lhe pediram, e pode gozar de mais carinho dos torcedores, o que lhe ajudou a se consolidar no mercado europeu como jogador promissor.

Qualquer visita aos sítios europeus de notícias esportivas pode confirmar o interesse nele vindo das principais ligas do mundo. Ao que parece, o presidente corinthiano era o único no mundo do futebol que não sabia disso, ou pelo menos finge não saber.

Os otimistas de plantão terão que se esforçar prá dizer que a perda de quatro milhões de reais não foi assim tão trágica. Um bom argumento pode ser que mais trágico que isso será o que o clube perderá após a iminente venda de Dentinho e André Santos, que tiveram uma porcentagem dos seus passes vendidos a preço de banana ao dono de uma pequena rede de supermercados.

É evidente, para um observador mais criterioso, que se refazemos a pergunta a verdade vem à tona de forma mais cristalina. Qual é o fato por trás dessa notícia, que o Corinthians perdeu dinheiro ou que tem gente ganhando às custas da nossa aparentemente involuntária ingenuidade? Quem são os que estão ganhando?

As respostas talvez nos levem a duas conclusões terríveis: a de que a nada foi involuntário - e portanto não houve ingenuidade - e a de que o futuro do clube pode ser ainda mais obscuro que o presente.

(Democracia Corinthiana, http://democraciacorinthiana.wordpress.com/2008/07/03/paciencia-de-jo/, 03/07/08)

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