Com homens na Série B, Corinthians pega Santos no feminino
Jovens jogadoras representam novo momento do esporte
Israel StrohCorinthians e Santos só podem se enfrentar em 2009, mas neste sábado, é a vez de as meninas das duas equipes protagonizarem o clássico, no Pacaembu, pelo Campeonato Paulista Feminino. A competição ficou paralisada por mais de um mês em virtude dos Jogos Regionais e retorna logo com o jogo entre os dois alvinegros mais tradicionais do estado.
Para muitos, o clássico entre as mulheres é uma novidade e duas jogadoras representam bem o momento do esporte: a atacante Ketlen, do Santos, e Juliana Corrêa, do Corinthians. A santista, de 16 anos, e a corintiana, de 17, são as caçulas de cada elenco, mas já começaram várias rodadas entre as titulares.
Com o sonho de ocupar o espaço que antes era apenas masculino, as duas vieram de longe e se afastaram da família ainda adolescentes. Ketlen deixou sua família em Santa Catarina com 15 anos, após passar em uma peneira para jogar na Vila. Em pouco mais de um ano, foi convocada para a Seleção Brasileira Sub-17 e já tem seis gols na atual temporada.
- Foi um pouco difícil ficar longe da minha família. Ainda mais para mim, pois nunca joguei em um clube grande, só na minha cidade. Ano passado joguei pouco, mas ganhei experiência depois que fui para a seleção – disse Ketlen.
Em seus primeiros passos na carreira, a santista reconhece que jogar entre as profissionais é difícil, mas considera a oportunidade comum, devido à baixa procura das mulheres pelo futebol.
- No feminino tem menos gente brigando por espaço. Como a concorrência é menor uma menina mais nova acaba tendo mais oportunidade.
Do lado corintiano, Juliana é natural de Goiás e joga em 2008 seu primeiro campeonato oficial. Sem a presença dos pais, tem no próprio time a sua referência. Trata-se da experiente atacante Nilda, que com 35 anos, é artilheira do campeonato com 15 gols.
- Ela me dá várias dicas. Diz como eu devo seguir na carreira para quem sabe chegar à seleção, onde ela já esteve. É uma jogadora experiente e ouvir o que ela tem para dizer é muito bom - explica Juliana.
- Eu cobro ela para fazer o trabalho direitinho, que ela não pode faltar aos treinos, onde se posicionar no campo e a ter disciplina. Não é porque o futebol feminino tem pouco apoio que é várzea – conta Nilda.
Quanto ao clássico, a expectativa das duas é bem parecida.
- É diferente porque as torcidas são rivais, o Corinthians é um time forte e sei que vai ser um jogo muito difícil. É claro que dá um pouco de nervosismo, mas nós nos preparamos bastante durante as férias para jogar o melhor possível – falou Ketlen.
– A expectativa é muito grande, jogar um clássico deve ser muito bom, espero que ajude o Corinthians a vencer - finalizou Juliana.
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