terça-feira, 28 de outubro de 2008

Coluna do Torero na Folha de 28/10/08

JOSÉ ROBERTO TORERO

A montanha-russa corintiana


É só consultar manchetes do dia 28 de outubro de 99 até hoje para ver como o torcedor do Corinthians é pura emoção

SE HÁ ALGO que invejo dos corintianos, é a falta de monotonia. Sim, porque ser corintiano implica numa vida repleta de emoções, cheia de altos e baixos.
Para provar isso ao incréu leitor e à incrível leitora, dei uma olhada nas manchetes dos dias 28 de outubro da última década.
A primeira coisa que vi foi que os corintianos, que hoje assobiam na rua, há um ano estavam cabisbaixos.
O time passava por uma crise terrível. Tinha que pagar uma fortuna por Nilmar, com quem não ficaria, e estava na zona de rebaixamento.
Nelsinho Baptista escalava os jovens Lulinha e Dentinho na esperança de dar mais velocidade à equipe e o clima no Parque São Jorge era plúmbeo (eu sabia que um dia ainda usaria esta palavra).
Mas em 2005 era só festa. A equipe tinha acabado de vencer o Paysandu fora de casa, ajudado por dois erros do auxiliar Belmiro da Silva, que validou um gol irregular do Corinthians e anulou um legítimo do Paysandu. Faltavam oito jogos para o fim do campeonato. Tevez dizia que o time jogava como campeão. Já o atacante Rafael Moura, então no Paysandu, reclamava: "Desse jeito pode dar a faixa para o Corinthians".
No ano anterior, ventos fúnebres.
O time empatava com o Criciúma e estava em oitavo lugar no torneio.
Tite era o técnico e, no meio daquele jogo, os jogadores ficaram sabendo da morte do jogador Serginho, do São Caetano. Ensaiou-se um minuto de silêncio, e Fabinho, volante corintiano e amigo do zagueiro, ao fim da partida saiu de campo chorando.
Em 2003, um raro ano morno. O Corinthians tinha escapado do rebaixamento e não tinha chances de disputar o título. O capitão Rogério dava entrevista sem entusiasmo, e o técnico Juninho se esforçava para parecer animado com a volta de Vampeta ao time, que acabou o Brasileiro num mediano 15º lugar.
Em 2002, risos e aplausos. O time estava bem no campeonato e o técnico Carlos Alberto Parreira, que já tinha ganhado a Copa do Brasil, superando o Brasiliense, falava em conseguir também o título brasileiro. Porém perderia os dois jogos finais para o Santos.
No primeiro campeonato do século, o dia 28 de outubro era de caretas e cenhos franzidos. O Corinthians, dirigido por Luxemburgo, enfrentaria o Santos, onde jogava Marcelinho Carioca. Venceria por 2 a 0, mas o Timão acabaria o torneio num reles 18º lugar entre os 28 times.
Em 2000, depois da conquista do Mundial da Fifa, o time estava em crise. A notícia de 28 de outubro era a chegada de Roque Citadini como vice-presidente de futebol. Uma de suas primeiras providências foi acabar com os bichos por vitória. O técnico era Candinho, o zagueiro João Carlos estava sendo afastado e era preparada uma grande lista de dispensa.
E, em 1999, a Folha noticiava a derrota de 2 a 1 para o San Lorenzo, no Pacaembu, que eliminou o time da Copa Mercosul. Nem as cheerleaders contratadas para animar a torcida conseguiram fazer algo. O Corinthians estava em crise. Grave crise. Mas dali a menos de três meses seria campeão mundial.
Enfim, a vida do torcedor comum é cheia de altos e baixos. Mas a do corintiano tem cumes e abismos.

torero@uol.com.br

O Coringão voltou

sábado, 25 de outubro de 2008

Melhores Momentos: Corinthians 2 x 0 Ceará

Eu voltei

Torcedor lembra o rebaixamento

Ficha do Jogo: Corinthians 2 x 0 Ceará

Futebol/Brasileiro Série B - (25/10/2008 18:00:34)
Ficha técnica: Corinthians 2 x 0 Ceará


São Paulo (SP) - FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 2 X 0 CEARÁ

Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 25 de outubro de 2008, sábado
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Maurício Aparecido de Siqueira (MT)
Assistentes: Luiz Fernando Irineu da Silva e Fábio Rodrigo Rubinho (ambos do MT)
Público: 32.341 pagantes (total de 35.425)
Renda: R$ 660.445
Cartões amarelos: André Santos, William (Corinthians); Fabrício, Marcos Paraná, Michel (Ceará)

Gols: CORINTHIANS: Douglas, aos 8 minutos do primeiro tempo, Chicão, aos 4 minutos do segundo tempo

CORINTHIANS: Felipe; Alessandro (Carlos Alberto), William, Chicão e André Santos; Cristian, Elias, Douglas (Lulinha) e Morais (Wellington Saci); Dentinho e Herrera
Técnico: Mano Menezes

CEARÁ: Adílson; Dedé, Fabrício, Dezinho e Jorge Guerra; Michel (Mancuso), Chicão, Cleisson, Marcos Paraná (Éderson) e Cadu; Sérgio Alves (Charles Chad)
Técnico: Lula Pereira

Eu voltei - 5

Corinthians ganha do Ceará e confirma o retorno à Série A

Time alvinegro põe fim ao status de Segunda Divisão com 2 a 0 no Ceará e derrota do Barueri para o Paraná

Milton Pazzi Jr. - estadao.com.br

Douglas comemora o primeiro gol da partida

Ernesto Rodrigues/AE

Douglas comemora o primeiro gol da partida

SÃO PAULO - "Ô, ô, ô, o Coringão voltou". Esse é o canto que marca o retorno do Corinthians à Série A do Campeonato Brasileiro. A vitória por 2 a 0 sobre o Ceará, neste sábado à tarde, no Estádio do Pacaembu, ficou marcada pela intensa festa da sua torcida - quase 36 mil torcedores - e o fim de 329 dias do status de time de Segunda Divisão.

Ao som ainda de "O Portão", interpretado por Roberto Carlos - e que começou a ser tocado antes do permitido - os jogadores começaram a chorar em campo. "Só tenho a agradecer a todos", disse o goleiro Felipe.

O acesso foi confirmado com a ajuda do Paraná, que venceu o Barueri por 2 a 1 na casa do adversário, confirmando assim a vantagem de 19 pontos sobre o quinto colocado com seis rodadas (ou 18 pontos) ainda em disputa. Tem 70 pontos e a liderança confirmada.

Agora, a conta do torcedor corintiano é simples, para ser campeão: com três vitórias, considerando que o Avaí também vença seus próximos jogos, o time consegue garantir o título da Segunda Divisão (sem contar o jogo do time catarinense contra o Marília, na noite deste sábado). Além de recordes e marcas que o time queira atingir.

FÁCIL
A confirmação do retorno, em campo, não teve sustos. O Corinthians teve o domínio da partida e apostou forte em seu estilo desde que Mano Menezes assumiu o comando, no começo do ano: marcação e contra-ataques. Foi assim no primeiro tempo e no segundo. Só mudou por volta dos 35 minutos da etapa final, quando o Ceará, desanimado pela desvantagem, recuou e viu o time paulista criar várias chances de gol.

Os gols, por sinal, foram os momentos de festa intensa da torcida. Quando o Fluminense marcava no Palmeiras (jogo da Série A) e quando o Paraná marcava no Barueri. No Pacaembu, eles aconteceram logo aos 8 minutos do primeiro tempo, com Douglas, chutando firme no canto aproveitando jogada de raça de Herrera pelo fundo - que acertou a trave; e aos 4 minutos, com Chicão, aproveitando rebote do goleiro em falta cobrada por Christian.

Eu voltei - 4

Futebol/Brasileiro Série B - (25/10/2008 18:17:18)
Emocionados, Felipe e Dentinho pulam alambrado. Mano canta hino.
Helder Junior

São Paulo (SP) - Dois jogadores presentes do maior vexame da história do Corinthians lavaram a alma neste sábado. Logo após a vitória por 2 a 0 sobre o Ceará, que colocou o Timão de volta à elite do futebol nacional, o goleiro Felipe e o atacante Dentinho se emocionaram e não conseguiram dar entrevistas.

'Tenho que agradecer só, a todo o pessoal', suspirou o camisa 1. O garoto sequer conseguiu dar alguma declaração.

Ainda aos prantos, o goleiro correu para o alambrado e pulou na arquibancada amarela do Pacaembu, fazendo a festa com os torcedores. ''Mal conseguia respirar'', contou Felipe, mais calmo, depois de ficar em meio à Fiel.

Dentinho gostou da idéia e foi outro a comemorar bem próximo da torcida. Quando conseguiu falar, lembrou do drama do rebaixamento.

''Sofri muito, cai logo no meu primeiro ano no profissional. Sou corintiano desde pequenininho e agora tenho que comoerar esta volta como se fosse um título de Copa do Mundo'', emocionou-se.

Mais contido, o técnico Mano Menezes também não deixou de festejar o dia da redenção corintiana: aproximou-se da torcida e cantou o hino do clube. ''Este é o momento de comemorar. Conseguimos voltar à primeira divisão e isto é para os nossos torcedores'', vibrou o comandante.

Eu voltei - 2

25/10/2008 - 17h58

Embalado por Roberto Carlos, Corinthians garante volta à elite do futebol

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da Folha Online

Após quase 11 meses de martírio, o Corinthians confirmou neste sábado seu retorno à elite do futebol nacional. A equipe derrotou o Ceará por 2 a 0, no Pacaembu, pela 32ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, e contando com um tropeço do Barueri, que perdeu por 2 a 1 para o Paraná, garantiu matematicamente o acesso.

O time do Parque São Jorge, que contou com gols de Douglas e Chicão, passou a somar 70 pontos na liderança, com seis rodadas para o fim da competição. O quinto colocado, Barueri, com 51 pontos, não pode mais alcançar os corintianos --quatro times sobem de divisão.

Fernando Donasci/Folha Imagem
Dentinho (acima) festeja com Douglas e a torcida o acesso à Série A do Brasileiro
Dentinho (acima) festeja com Douglas e a torcida o acesso à Série A do Brasileiro

Como a possibilidade de assegurar a vaga na Série A era grande, a expectativa no Pacaembu era grande. A torcida compareceu em peso. Mais de 35 mil foram ao estádio para ver o clube se redimir da página mais triste de sua história, que começou no dia 2 de dezembro de 2007, em Porto Alegre, quando o time empatou com o Grêmio e foi rebaixado.

Depois da queda, o elenco foi reformulado com a chegada do técnico Mano Menezes e muitos reforços. O início de 2008 foi irregular, e o time não conseguiu avançar às finais do Campeonato Paulista. A equipe foi bem na Copa do Brasil, chegou à final, mas caiu diante do Sport.

Na Série B do Nacional, o time deslanchou e disparou na ponta da competição desde o início. Para comemorar o acesso, os dirigentes escolheram a música "O Portão", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, como "tema da subida". Ainda durante o segundo tempo, a canção foi reproduzida nos alto-falantes do Pacaembu.

A letra, segundo a diretoria, simboliza o retorno do Corinthians para a Série A: "(...) Eu voltei, agora é pra ficar/ Por que aqui, aqui é meu lugar (...)".

Fernando Donasci/Folha Imagem
Torcedores do Corinthians comemoram o segundo gol acesso à Série A no Pacaembu
Torcedores do Corinthians comemoram o acesso à Série A do Brasileiro no Pacaembu

Na partida contra o Ceará, Mano Menezes não teve problemas para escalar o time. Com a decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) de diminuir a punição do zagueiro Chicão, que era de 120 dias de suspensão, para dois jogos (já cumpridos), o defensor pôde atuar ao lado de William na zaga.

E o duelo no Pacaembu começou com o Corinthians muito superior em campo. O placar não demorou para ser aberto. Herrera ganhou a disputa na área e chutou na trave. No rebote, Douglas marcou o gol, aos 9min.

Mesmo em desvantagem, o Ceará não alterou a maneira de atuar. Recuado na defesa, o time visitante deixava o Corinthians trocar passes no meio-campo.

Mesmo com o controle da partida, a equipe paulista não conseguiu balançar as redes novamente na etapa inicial.

No intervalo, Douglas elogiou o desempenho do time, mas pediu mais velocidade. "A gente precisa tocar mais rápido para criar mais chances", falou.

No segundo tempo, o Ceará até marcou aos 2min, mas o árbitro Maurício Aparecido de Siqueira anotou impedimento no cruzamento e anulou o lance.

Depois do susto, o Corinthians fez 2 a 0. O goleiro Adilson espalmou cobrança de falta, e Chicão aproveitou o rebote para aumentar a festa dos torcedores no Pacaembu, aos 4min.

Enquanto os torcedores festejavam na arquibancada, os jogadores corintianos continuaram jogando bem e atacando. Depois, o ritmo da partida ficou mais lento, com os times trocando passes no meio-campo.

Eu voltei - 2


25/10/08 - 17h58 - Atualizado em 25/10/08 - 17h58

É o fim do calvário: o Timão está de volta!

Corinthians vence o Ceará, vê o Paraná bater o Barueri e comemora o retorno à Série A do Campeonato Brasileiro depois de campanha soberana

Leandro Canônico e Luiz Ademar São Paulo

Logo depois do capítulo mais triste da história do Corinthians, um bando de loucos avisou: “Eu nunca vou te abandonar”. Promessa cumprida, eles pediram um pouco mais: “Não pára, não pára, não pára”. Diante de tanta demonstração de amor, só restou ao elenco do Timão responder com um retorno mais do que tranqüilo à elite nacional. E agora, o corintiano pode dizer a todos: “Eu voltei...agora pra ficar”.

Na tarde deste sábado, diante de mais de 32 mil fanáticos, a equipe do Parque São Jorge manteve sua soberania na competição, venceu o Ceará por 2 a 0, gols de Douglas e Chicão, e assegurou matematicamente o acesso à Série A. Isso porque combinado com esse triunfo, o Paraná venceu o Barueri.

O fim do calvário do Corinthians na Segundona acaba com seis rodadas de antecedência e com o time dono de uma campanha irrepreensível. Foram até aqui 20 vitórias, dez empates e apenas duas derrotas.

Retrospecto que fez o Alvinegro voltar ao Brasileirão sem passar pelo mesmo sofrimento de outros, como Palmeiras, Botafogo, Grêmio, Atlético-MG, Coritiba.

Placar eletrônico: o protagonista
A festa estava armada desde cedo no Pacaembu. Bandeiras e bexigas com a frase “Eu voltei...agora pra ficar”, trecho de música de Roberto e Erasmo Carlos escolhido para representar o retorno à Série A, esperavam os torcedores que lotaram o estádio. Mas ainda faltava o resultado dentro de campo.

Em clima de final, o Corinthians iniciou o jogo bastante concentrado. Foi para cima do Ceará logo de cara e pressionou o adversário na defesa. Tanto que o gol não demorou a sair. Aos 8 minutos, Herrera recebeu na esquerda, se atrapalhou, mas conseguiu acertar a trave. No rebote, Douglas tocou para as redes.

A euforia na arquibancada contagiou ainda mais os corintianos dentro do gramado e, aos 11, André Santos quase marcou de falta – Adilson fez grande defesa. Um minuto depois, a torcida explodiu de alegria. Mas não por causa do Timão, e sim vibrando com gol do Paraná sobre o Barueri. Assim, matematicamente estaria na Série A.

O corintiano vibrou mais ainda quando aos 14 minutos o placar eletrônico anunciou gol do Fluminense sobre o arqui-rival Palmeiras, que está na disputa do título do Brasileirão. Logo em seguida, porém, o Barueri empatou com o Paraná. Embora o resultado ainda assegurasse o acesso alvinegro, a torcida murchou.

Coincidentemente, o Corinthians não conseguiu mais pressionar o Ceará em busca do segundo gol. A equipe do técnico Mano Menezes, por sinal, abusou dos erros de passe e só não sofreu mais porque o adversário não teve capacidade para chegar com perigo ao gol de Felipe – o goleiro praticamente não foi exigido.

A alegria dos corintianos, então, ficou por conta da derrota parcial do Palmeiras. Se no Pacaembu os gols não saíram mais, no Maracanã o Fluminense fez mais dois em cima do clube do Palestra Itália. Festa para os alvinegros, que no intervalo já puderam ouvir o sistema de som tocar: “Eu voltei...agora pra ficar”.

‘Ô, ô, ô, o Coringão voltou’
Por alguns segundos, o torcedor do Corinthians levou um susto. Aos 2 minutos da etapa final, após cruzamento de Cadu, Felipe espalmou cabeçada nos pés de Cleisson, que mandou para as redes. O árbitro, no entanto, assinalou impedimento no lance e não validou o que seria o gol de empate do Ceará.

Como de costume nesta Série B, o Timão fez valer sua melhor condição e acabou com o princípio de reação do adversário. Aos 4 minutos, Cristian cobrou falta de longa distância, o goleiro Adilson deu rebote e o zagueiro Chicão, de volta ao time depois de três jogos de suspensão, ampliou a vantagem no placar.

Foi a senha para a torcida começar a comemorar o acesso na arquibancada. “Ô, ô, ô, o Coringão voltou, o Coringão voltou, o Coringão voltou”. Embalado por esse som, o clube do Parque São Jorge teve duas ótimas chances de aumentar ainda mais a vantagem. Primeiro com Alessandro e depois com Morais.

A apatia que tomou conta do time após o gol no primeiro tempo não atingiu o Timão após o segundo gol. Sem dar chance ao Ceará, a equipe paulista foi para cima com Douglas, Morais, Herrera, Dentinho... Mas se eles não deram novamente a alegria de um gol para os torcedores, o Paraná deu.

Quando o cronômetro no Pacaembu marcava 26 minutos, o placar eletrônico anunciou gol de pênalti da equipe sulista. Mais uma vez, a trilha sonora na arquibancada do Paulo Machado de Carvalho foi “Ô, ô, ô, o Coringão voltou”.

Como a partida entre Corinthians e Ceará começou atrasada, a vitória do Paraná sobre o Barueri foi consumada antes da do Timão sobre o time de Fortaleza. Por isso, a festa começou na capital paulista com a bola ainda rolando.

A explosão de alegria, porém, também aconteceu no apito final no Pacaembu. E foi comemorada ao som de Roberto e Erasmo Carlos.

Eu voltei - 1

Futebol/Brasileiro Série B - (25/10/2008 17:58:43)
Fim do sofrimento: Corinthians vence o Ceará e volta à Série A
Helder Júnior

São Paulo (SP) - Acabou o calvário do Corinthians. Ainda restam seis rodadas para o término da Série B do Campeonato Brasileiro, porém a equipe de Mano Menezes garantiu matematicamente o seu retorno à Primeira Divisão com uma vitória por 2 a 0 sobre o Ceará, gols de Douglas e Chicão, neste sábado, no Pacaembu. Quinto colocado, o Barueri perdeu por 2 a 1 para o Paraná.

Para ratificar o acesso, o Corinthians precisou jogar 32 vezes pela Segunda Divisão. Obteve 70 pontos (14 de vantagem sobre o vice-líder Avaí e 18 em relação ao Barueri), sendo 20 vitórias, 10 empates e apenas duas derrotas, para Bahia e Vila Nova. Marcou 67 gols e sofreu 22. A torcida prometeu e não abandonou a equipe durante a campanha. O público total do Timão como mandante já supera 350 mil espectadores.

Ao que parece, o título da Série B é questão tempo. O Corinthians, agora, começa a se planejar para 2009. A prioridade é a renovação contratual do técnico Mano Menezes, que já manifestou vontade de permanecer no Parque São Jorge. A diretoria também trabalhará para manter no elenco jogadores que se destacaram, como o atacante Herrera. O zagueiro Fábio Ferreira, ao contrário, será o primeiro a sair.

No próximo sábado, a Fiel promete recriar o ambiente de decisão que criou para a partida do acesso, mas apenas para comemorar. O adversário será o Paraná, outra equipe rebaixada em 2007. Com 44 pontos ganhos e no meio da tabela de classificação, o Ceará não tem mais aspirações na Série B de 2008. Visitará o São Caetano na rodada seguinte, no estádio Anacleto Campanella.

O jogo A festa já estava preparada no Pacaembu. Até o técnico Lula Pereira, que havia se convidado para participar na véspera, retrocedeu quando subiu ao gramado. “Não viemos para estragar a festa de ninguém”, avisou o comandante do Ceará, após abraçar o colega Mano Menezes e parabenizá-lo “pela conquista”, que ainda não chegara.

A falta de sincronia do Ceará em campo se assemelhava ao discurso de seu treinador e à apresentação das Cheerleaders do Corinthians, que passaram quase despercebidas antes do início do jogo. Em vez de olhar para as cinco garotas, os torcedores preferiram tremular as bandeiras com a inscrição “Eu voltei/ Agora pra ficar” que receberam, entoar o hino do clube e seus tradicionais gritos de guerra.

“Coringão voltou”, o novo coro da Fiel, contagiou os jogadores do Corinthians nos primeiros minutos. Aos 8, alguns torcedores ainda se acomodavam nas arquibancadas quando os demais se levantaram para reclamar de pênalti sobre Herrera. Com a sua garra característica, o argentino retomou a jogada, desvencilhou-se da marcação e chutou na trave. No rebote, Douglas acertou o gol: 1 a 0.

Já não existia mais dúvidas em meio ao público. “O Coringão está de volta. Por que estávamos fazendo contas? Acabou”, gritava um corintiano, enquanto lacrimejava e roia as unhas. A alegria foi ainda maior quando o placar eletrônico do Pacaembu anunciou o gol do Paraná sobre o Barueri. O empate veio em seguida, mas no momento em que havia outro motivo para comemorações. O Fluminense vencia o Palmeiras por 3 a 0 no Rio de Janeiro.

No final do primeiro tempo, o Corinthians se acomodou. É verdade que o goleiro Felipe não fez mais do que duas defesas, porém a desatenção de Morais e Douglas na criação das jogadas impediu a equipe de descer ao vestiário com uma vantagem maior no marcador. A solução foi chutar de longa distância com André Santos, Elias e, principalmente, Cristian. Nenhum deles acertou o alvo.

Pouco importava, entretanto, a queda de rendimento do Corinthians, que deixou o campo aplaudido. “Falta pouco. A torcida está ajudando, e vamos voltar para a Primeira Divisão hoje”, prometeu o atacante Dentinho. O sistema de som do estádio se precipitou e, já no intervalo, tocava o refrão da música “O Portão”, do palmeirense Roberto Carlos, a quem o placar eletrônico agradecia.

Lula Pereira tentou reanimar o Ceará, substituindo Marcos Paraná por Éderson. Na primeira jogada de ataque do segundo tempo, sua equipe conseguiu assustar o Corinthians. Após cruzamento na área, Sérgio Alves cabeceou, Felipe espalmou e Dezinho empurrou a bola para as redes. Segundo o árbitro, em posição de impedimento. O último lance de perigo dos visitantes acabou com vaias da Fiel.

Aos 4 minutos, um chute forte de Cristian, desta vez em cobrança de falta, enfim surtiu efeito. O goleiro Adílson não conseguiu segurar a bola, e cedeu rebote. O zagueiro-artilheiro Chicão aproveitou para marcar o segundo gol do Corinthians na partida. Levou o distintivo do clube à boca, como gosta de comemorar, e foi ovacionado pelo público, depois de se livrar da suspensão imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

No restante da partida, apenas o Corinthians atacou. Lula Pereira gastou as suas últimas cartadas com Charles Chad e Mancuso nos lugares de Sérgio Alves e Michel, que é torcedor do Palmeiras. Conseguiu evitar apenas o terceiro gol da equipe da casa, que festejou mais um do Paraná. Com rádios de pilha em punho, os torcedores acompanharam o pênalti que selou a derrota do Barueri e o fim do sofrimento corintiano. Havia quem chorasse copiosamente no Pacaembu.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Melhores Momentos: Bahia 0 x 3 Corinthians

Ficha do Jogo: Bahia 0 x 3 Corintihians

Feira de Santana (BA) - FICHA TÉCNICA
BAHIA 0 X 3 CORINTHIANS

Local: Estádio Jóia da Princesa, em Feira de Santana (BA)
Data: 18 de outubro de 2008, sábado
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Wallace Nascimento Valente (ES)
Assistentes: Gelson Pimentel Rodrigues e Geraldo Pimentel Rodrigues (ambos do ES)
Cartões amarelos: Emerson Cris e Alisson (Bahia); Bebeto (Corinthians)
Público: 11.094 pagantes
Renda: R$ 282.675,00

GOLS: CORINTHIANS: Morais, aos oito minutos do primeiro tempo. Dentinho, aos 12 e aos 33 minutos do segundo tempo

BAHIA: Darci; Alisson (Fábio), Cléber Carioca e Rogério; Luciano Baiano (Caio), Fausto, Emerson Cris (Williames), Danilo Cruz e Ávine; Paulo Roberto e Marcelo Ramos
Técnico: Ferdinando Teixeira

CORINTHIANS: Felipe; Alessandro, Fábio Ferreira, William e Wellington Saci; Cristian, Elias, Morais e Douglas (Diogo Rincón); Dentinho (Lulinha) e Bebeto (Otacílio Neto)
Técnico: Mano Menezes

3 a 0 no Bahia

Futebol/Brasileiro Série B - (18/10/2008 17:58:07)
Corinthians vence Bahia e acaba com jejum


Feira de Santana (BA) - O Corinthians deu adeus ao seu curto jejum na Série B ao conquistar a vitória por 3 a 0 sobre o Bahia, neste sábado, no estádio Jóia da Princesa, em Feira de Santana. No jogo em que reencontrou o time que lhe tirou a invencibilidade no primeiro turno da competição, o Timão contou com a inspiração de Dentinho para acabar com a seqüência de três partidas sem vitórias na Segundona.

Depois de três empates consecutivos na competição, o time de Mano Menezes pulou para os 67 pontos na classificação e poderá garantir matematicamente a volta à Série A já na próxima rodada, desde que vença e conte também com tropeço do Barueri ou do Vila Nova. Vestido de camisa roxa, Morais abriu o placar no primeiro tempo, e Dentinho balançou as redes duas vezes na segunda etapa para dar números finais ao placar.

Enquanto o Timão tem 11 pontos de vantagem sobre o segundo colocado, o Bahia aparece cada vez mais longe do acesso, já que soma apenas 42 pontos na tabela. Na próxima rodada, no sábado, o Corinthians buscará uma vitória pelo acesso contra o Ceará, no Pacaembu. Já os baianos terão compromisso no mesmo dia contra o São Caetano, no Anacleto Campanella.

O jogo:

As duas equipes começaram a partida apostando na velocidade pelas laterais, mas o Bahia não mostrou eficiência em suas tentativas. Já o Corinthians não demorou para balançar as redes. Logo aos oito minutos de bola rolando, Cristian cobrou escanteio e Morais se antecipou sozinho à defesa para mandar de cabeça para as redes.

O Timão, então, continuou buscando o ataque com bolas alçadas na área. Depois de cobrança de falta de Wellington Saci, Dentinho desviou pelo alto e a bola chegou até a Fábio Ferreira, que cabeceou por cima do travessão.

Já o Bahia se arriscava em jogadas com o habilidoso lateral-esquerdo Ávine, mas sem conseguir criar jogadas de perigo à meta de Felipe. O time local só conseguiu chegar com boa possibilidade de marcar aos 30 minutos, quando Luciano Baiano cruzou da direita para Marcelo Ramos, que bateu de primeira por cima do travessão corintiano.

No lance seguinte, mesmo sem mostrar muito ímpeto para pressionar o adversário, o Timão desperdiçou uma chance incrível. Dentinho fez o cruzamento preciso na área para Bebeto, que, livre, não conseguiu dominar a bola. Do outro lado, Emerson arriscou de longe e deu trabalho para Felipe, que espalmou para fora. Já nos acréscimos, Bebeto recebeu na área, dominou e chutou cruzado, mas para fora.

As duas equipes voltaram sem mudanças para a segunda etapa, e o Bahia tratou de partir para o ataque em busca do gol do empate. Porém, o Tricolor baiano não mostrava muita eficiência na frente, e Ferdinando Teixeira sacou Luciano Baiano para a entrada de Caio.

No entanto, a mudança da equipe mandante não surtiu o efeito esperado, já que o Timão ampliou a vantagem logo depois. Aos 12 minutos, depois de cruzamento da esquerda, Bebeto ajeitou na área para Dentinho, que finalizou sem dar chances de defesa ao goleiro Darci.

Depois do gol, as duas equipes passaram por mudanças. No Corinthians, Mano Menezes colocou Otacílio Neto na vaga de Bebeto. Já no Bahia, quem entrou foi Fábio, no lugar de Alisson. O time local, então, quase diminuiu a desvantagem instantes depois, quando a bola sobrou para Marcelo Ramos por trás da defesa, mas o atacante finalizou para fora.

O Bahia ainda criou excelente oportunidade na seqüência. Depois de cobrança de falta, Fausto apareceu de frente para a meta de Felipe, mas mandou por cima do travessão. Aos 33 minutos, Dentinho marcou o terceiro gol do Corinthians. O atacante chutou de fora da área e Darci não conseguiu segurar.

Nos minutos finais, o árbitro ainda anotou impedimento quando Otacílio Neto mandou para as redes.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

domingo, 12 de outubro de 2008

Que beleza

Cheerleaders animam jogo entre Corinthians e Santo André no Pacaembu

Meninas vão marcar presença em todos os jogos do Timão na capital paulista até o fim da Série B do Campeonato Brasileiro

GLOBOESPORTE.COM São Paulo


Nelson Coelho/Diário de S.Paulo

As cinco meninas que formam o grupo Cheerleaders Brasil deram um show à parte na tarde deste sábado, no Pacaembu, durante a partida entre Corinthians e Santo André. Tanto antes do jogo como no intervalo do confronto, Dani Sachetti, Ariana Nasi, Carina Rocha, Giovanna Paino e Vanessa Barzan levantaram as arquibancadas do estádio paulistanos com coreografias bem provocantes.

Marcelinho Carioca reclama com arbitragem, mas se entrega à Fiel

11/10/08 - 18h58 - Atualizado em 11/10/08 - 23h31

Marcelinho Carioca reclama com arbitragem, mas se entrega à Fiel

Com a camisa do Santo André, ídolo do Timão diz que ex-clube 'já subiu'

Julyana Travaglia São Paulo

Tamanho da letra

Marcelinho Carioca foi uma atração a mais no empate por 2 a 2 entre Corinthians e Santo André, neste sábado, no Pacaembu, pela Série B do Brasileirão. O meia veste hoje a camisa do Ramalhão, mas continua corintiano de coração. Antes da partida, ele foi ovacionado pela Fiel. Ao fim do jogo, fez seu papel como jogador do time do ABC, mas depois se entregou à massa corintiana (assista ao vídeo ao lado).

Assim que o árbitro Paulo Ricardo Marques Ribeiro apitou o fim da partida, Marcelinho foi até ele reclamar do segundo gol do Corinthians, alegando que Dentinho estaria impedido no momento do passe. O meia chegou a reclamar com um policial, pedindo que não fosse tocado, após ser cercado pela Polícia. Para ele, o Timão foi beneficiado. Depois da bronca, ele seguiu para o alambrado e foi reencontrar a Fiel, abraçado pelos torcedores. Desenhou corações no ar e demonstrou o amor pelo ex-clube.

Marcelinho foi uma atração a mais no Pacaembu

- Sou corintiano, estou feliz pela campanha do Timão, que já subiu para a Série A. Só acho que não precisava disso - resume o meia, referindo-se ao lance de Dentinho.

Passada a euforia do gramado, Marcelinho ainda teve de encarar uma legião de torcedores apaixonados que o esperavam na saída do vestiário do Pacaembu. Pacientemente, o meia de 37 anos atendeu aos fãs com simpatia e sorrisos.

- É muito bom ter esse carinho da torcida do Corinthians. Fico muito feliz por ser sempre bem recebido, mesmo jogando do outro lado - afirma o xodó da Fiel.

Confira a classificação atualizada da Série B do Brasileirão

sábado, 11 de outubro de 2008

Melhores Momentos: Corinthians 2 x 2 Santo André

Ficha do Jogo: Corinthians 2 x 2 Santo André

São Paulo (SP) - FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS 2 X 2 SANTO ANDRÉ

Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 11 de outubro de 2008, sábado
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Ricardo Marques Ribeiro (MG)
Assistentes: João Bourgalber Nobre Chaves e Dante Mesquita Júnior (ambos de SP)
Cartões amarelos: Alessandro (Corinthians); Jéferson, Marcelinho Carioca, Douglas (Santo André)

Gols: CORINTHIANS: Dentinho, aos 28 e 44 minutos do segundo tempo; SANTO ANDRÉ: Willians, aos 7 minutos do primeiro tempo; Osny, aos 10 minutos do segundo tempo

CORINTHIANS: Felipe; Alessandro, Fábio Ferreira, William e André Santos; Cristian, Eduardo Ramos (Bebeto), Douglas e Lulinha (Otacílio Neto) (Wellington Saci); Morais e Dentinho
Técnico: Mano Menezes

SANTO ANDRÉ: Neneca; Cicinho, Douglas, Marcel e Jaílson; Fernando, Willians (Juninho), Jéferson (Tatá) e Marcelinho Carioca; Márcio Mixirica e Osny (Ricardinho)
Técnico: Sérgio Soares

E aos 44 do segundo tempo...



Futebol/Brasileiro Série B - (11/10/2008 17:55:51)
Dentinho assegura terceiro empate seguido do Corinthians
Helder Júnior

São Paulo (SP) - Para negar que já sejam virtuais campeões da Série B do Campeonato Brasileiro ou a garantia do acesso à Primeira Divisão, os jogadores do Corinthians costumam dizer que bastam alguns jogos sem vitórias para serem criticados. A equipe de Mano Menezes já não ganha há três partidas. Neste sábado, no Pacaembu, empatou por 2 a 2 com o Santo André de Marcelinho Carioca.

A igualdade foi sofrida. Aproveitando-se da apresentação abaixo da média do Corinthians, o Santo André abriu 2 a 0 no placar, gols de Willians e Osny. A reação corintiana começou através de Dentinho, que marcou aos 28 minutos do segundo tempo. E terminou com ele. O prata da casa empatou a partida aos 44. A Fiel comemorou o resultado como vitória.

O fato é que os empates com São Caetano, Marília e Santo André não diminuem a tranqüilidade do Corinthians na Segunda Divisão. Só postergam a classificação matemática, cujas chances de se confirmar são de 99%. Com 64 pontos conquistados, o time paulistano é o primeiro colocado isolado, seguido de longe pelo próprio Ramalhão, que soma 52.

A equipe de Marcelinho Carioca terá mais um confronto direto pela ponta da tabela na rodada seguinte, já na terça-feira. Receberá, no estádio Bruno José Daniel, o Vila Nova, um dos dois times que conseguiu vencer o Corinthians nesta Série B – o outro foi o Bahia. O Tricolor nordestino será justamente o próximo rival corintiano, sábado, em Feira de Santana.

O jogo – Ninguém conseguiu levantar a torcida do Corinthians antes e durante o primeiro tempo como Marcelinho Carioca. As garotas do grupo Cheerleaders Brasil se esforçaram ao rebolar diante das arquibancadas do Pacaembu, mas logo os assobios direcionados a elas foram encobertos por gritos de guerra. Quando as equipes entraram em campo, a Fiel não berrou o nome de nenhum jogador da equipe dirigida por Mano Menezes. Apenas o do Pé de Anjo.

Os jogadores do Corinthians também não fizeram por merecer muita empolgação na primeira etapa. Substituto do atacante Herrera, que sentiu desconforto muscular na véspera da partida, o meia Lulinha já gerava desconfiança antes mesmo de o confronto começar. “Não fala isso. Lulinha? Sério? Ah, não”, desesperou-se um torcedor quando soube da alteração através de um rádio de pilha. O prata da casa até se esforçou, porém não conteve a falta de criatividade do time.

Já o Santo André provava que não era apenas uma equipe forte ofensivamente, com variação de jogadas, conforme Mano Menezes alertara na sexta-feira. A forte marcação dos comandados de Sérgio Soares forçava os corintianos a chutarem de longa distância. Nada que desse muito trabalho ao goleiro Neneca.

Na primeira vez em que Felipe foi exigido, ao contrário, o Santo André conseguiu abrir o placar. Aos 7 minutos, Márcio Mixirica avançou pela direita e cruzou na área, de onde Willians chutou no canto: 1 a 0. Até o intervalo, o cenário da partida não mudou. Os meias Douglas e Morais demonstravam lapsos de categoria, não o suficiente para o Corinthians chegar ao empate. Antes festejado, o time da casa desceu para o vestiário vaiado.

A paciência de Mano com Lulinha também se esgotou. Otacílio Neto começou o segundo tempo no lugar do prata da casa. Agora debaixo de chuva forte, o alterado Corinthians se contagiou com a empolgação dos torcedores. Que acabou abalada aos 10 minutos. Após cobrança de escanteio, Osny aproveitou falha de Felipe e empurrou a bola para dentro: 2 a 0.

Mano Menezes, então, gastou suas últimas alterações. Colocou Bebeto no lugar de Eduardo Ramos e sacou Otacílio Neto, que jogou apenas 27 minutos, para a entrada de Wellington Saci. Técnico e atacante foram xingados por torcedores na alteração. Em seguida, no entanto, Dentinho recebeu a bola de Cristian dentro da área e finalizou cruzado para descontar. E o público voltou a gritar e a acreditar na reação corintiana.

Dentinho garantiu a festa da torcida. Aos 44 minutos, Douglas invadiu a área e concluiu a gol. Neneca defendeu, mas, na sobra, o prata da casa do Corinthians completou para as redes de carrinho. Revoltado, o goleiro reclamou de impedimento com a arbitragem. A torcida ignorava, comemorando: “Corintiano, maloqueiro e sofredor. Graças a Deus”.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Nós, corintianos

Coluna do Juca

Nós, corintianos

A Série B, de Brasil, não está sendo suficientemente forte para botar à prova o time do Corinthians

NÓS, CORINTIANOS , somos os tais que temos um time em vez de o time nos ter, na frase imortal do saudoso jornalista José Roberto de Aquino.
Nós, corintianos, temos a mania de nos bastar, de ir ao estádio para nos curtir, às vezes mais mesmo até do que curtir o time.
Porque nem sempre o time é daqueles de se curtir.
Mas nós, não. Seja qual for o nosso estado de espírito, nada como um estádio repleto de nós.
Temos uma incrível capacidade de lidar com a frustração, tanto que já jejuamos por 22 anos e, mesmo assim, em vez de emagrecer, engordamos. E como!
Consolidamos nossa maioria em tempos de seca, tornamo-nos insuportavelmente ainda mais numerosos nos tempos de colheita e nos demos até ao luxo de provar que a Série B, de Brasil, pode ocupar o espaço antes dedicado à Série A, hoje de Argentina, mas, quando nela estávamos, então A de América, que é maior que o Brasil. Como voltará a ser, aliás, em 2009, para sossego da TV, atrás da audiência perdida.
Só não podemos cair na armadilha da arrogância, coisa típica de quem come mortadela como se fosse caviar, característica dos emergentes, das minorias que, quando vêem doce, se lambuzam, da gente que se deslumbra com vitórias circunstanciais, que não têm a verdadeira dimensão do épico, do dramático, do visceral.
Porque a par dos méritos inegáveis de Mano Menezes, da contribuição de zagueiros como William e Chicão, dos golaços de André Santos, da devoção de Herrera, os adversários são tão fracos que não só perdem para si mesmos e derrapam sempre que podem se aproximar como não serviram para avaliar o poderio do nosso time. André Santos, por exemplo, marca mal. Douglas e Morais, de belos toques, passes e lançamentos, precisam ser testados em momentos de decisão. E assim por diante.
Nós, corintianos, alegre bando de loucos, não podemos nos iludir.
Sejamos humildes, reconheçamos nossos erros recentes como quando nos igualamos aos demais e fechamos os olhos diante de uma vitória fugaz, a de 2005, na contramão das nossas origens, sempre de ônibus, jamais de carrão.
Nós, corintianos, devemos manter os vínculos entre as arquibancadas e os gramados, sem permitir que aventureiros, venham de onde vierem, nos conduzam para armadilhas que são sinônimos de crise e de vergonha.
Londres, lembremos, nos deu um nome e já é mais que suficiente.
Lembremos, ainda, que estamos às portas de completar nosso primeiro centenário. Somos os primeiros entre os grandes no Estado de São Paulo a fazer cem anos, porque, entre os grandes, não adianta tentar usurpar a hegemonia, ofender a realidade, somos os primeiros. No Estado e nesta desvairada cidade, cujo maior defeito, como se sabe, é não se chamar Corinthians.
Nós, corintianos, portanto, podemos e até devemos festejar a conquista que se aproxima inexoravelmente. Mas com os pés no chão e os olhos voltados para 2010, quando o mínimo que queremos, e podemos, é comemorar o bicampeonato mundial de clubes da Fifa.

JUCA KFOURI

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Melhores Momentos: Corinthians 1 x 1 Marilia

Ficha do Jogo: Corintihians 1 x 1 Marília

Londrina (PR) - FICHA TÉCNICA
MARÍLIA 1 X 1 CORINTHIANS

Local: Estádio do Café, em Londrina (PR)
Data: 4 de outubro de 2006, sábado
Horário: 16 horas (de Brasília)
Árbitro: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP)
Assistentes: Gilson Bento Coutinho e Marcos Rogério da Silva (ambos do PR)
Cartões amarelos: Chiquinho, Diego, Bruno Ribeiro, Fernando Moura, Betinho (Marília); Elias, Fábio Ferreira (Corinthians)

Gols: CORINTHIANS: Fábio Ferreira, aos 13 minutos do primeiro tempo; MARÍLIA: Altair, aos 16 minutos do segundo tempo

CORINTHIANS: Felipe; Diogo (Carlos Alberto), William, Fábio Ferreira e André Santos; Cristian, Elias, Douglas e Morais (Lulinha); Dentinho e Herrera
Técnico: Mano Menezes

MARÍLIA: Alencar; Chiquinho, Flávio, Fernando e Fernando Moura; João Marcos, Diego (Bruno Ribeiro), João Vítor e Altair; Ricardinho Furacão (Marcinho) e Felipe Adão (Betinho)
Técnico: Gil Alves

Marília breca arrancada do Corinthians à Série A: 1 a 1

Futebol/Brasileiro Série B - (04/10/2008 18:00:04)
Marília breca arrancada do Corinthians à Série A: 1 a 1


Londrina (PR) - O Marília foi a nona equipe a empatar com o Corinthians na Série B do Campeonato Brasileiro – a sexta vez pelo placar de 1 a 1, gols marcados pelo aniversariante Fábio Ferreira e por Altair. Com o resultado deste sábado, em Londrina, o líder da competição postergou o dia que ratificará seu retorno à Primeira Divisão.

Apesar do segundo empate consecutivo (na semana passada, a igualdade foi por 2 a 2 com o São Caetano), o Corinthians abriu 12 pontos de vantagem para o vice-líder Vila Nova (63 a 51) e 15 em relação ao quinto colocado Barueri (63 a 48). A expectativa da equipe é confirmar o acesso nas próximas rodadas.

Para isso, o Corinthians precisará quebrar a seqüência de empates e vencer o Santo André de Marcelinho Carioca no sábado de 11 de outubro. O Marília tem compromisso pela Segunda Divisão já na terça-feira, quando visitará o São Caetano. O MAC está na zona de rebaixamento, com apenas 31 pontos ganhos.

O jogo – A estratégia financeira do Marília surtiu efeito. O estádio do Café estava lotado de corintianos, que garantiram a maior arrecadação do clube do interior paulista na temporada. Mas sobrou pressão para a equipe comandada por Gil Alves, o Búfalo Gil. “Problema deles”, disse o volante Cristian na véspera da partida.

Nem mesmo uma chuva de granizo que retardou o início do jogo em cinco minutos diminuiu o entusiasmo dos torcedores. No gramado, o Corinthians também estava empolgado. Não deixava o Marília passar do meio-campo. Para piorar, o adversário perdeu o atacante Felipe Adão, machucado, logo no início. Betinho o substituiu.

O Corinthians ganhou consistência com a estréia do lateral Diogo. Assim como pediu o técnico Mano Menezes, o jogador repetiu as boas atuações da época em que defendia o Sport. Com personalidade, assumiu a condição de referência ofensiva do time pela direita. E, com a falta de ousadia do Marília, não precisava se preocupar com a marcação.

Foi através de uma falta cobrada por Diogo que o Corinthians abriu o placar. Aos 13 minutos, o lateral levantou a bola na área, onde o sempre criticado Fábio Ferreira testou para o chão: 1 a 0, no dia do 24º aniversário do autor do gol. Em vantagem no placar, o ânimo corintiano aumentou. Até quando caía sentado o argentino Herrera era ovacionado pelo público.

O Marília tentou reagir no final do primeiro tempo, pouco após o canhoto Douglas receber a bola na área, chutar cruzado com o pé direito e acertar a trave. Mas a pressão do “time mandante” foi contida por Felipe, que, mesmo mancando, salvou o Corinthians do empate. Depois de uma das defesas do goleiro, a bola chegou a tocar no travessão.

O Corinthians parou no segundo tempo, apesar dos gritos incessantes da torcida. Já com Bruno Ribeiro no lugar de Diego, o Marília manteve a ofensividade do final do primeiro tempo. Aos 16 minutos, conseguiu o empate. Altair dividiu com André Santos após cruzamento da esquerda e foi premiado com o gol: 1 a 1.

De imediato, Mano Menezes trocou Diogo por Carlos Alberto para reforçar a marcação e Dentinho (que estava com amigdalite na sexta-feira) por Otacílio Neto, com o intuito de dar mais força ao ataque. Como o resultado demorou a aparecer, o treinador gastou sua última alteração: Lulinha substituiu Morais.

Modificado, o Corinthians não conseguiu resgatar o bom desempenho do primeiro tempo. “Vamos ganhar o jogo”, gritava Mano Menezes à beira do gramado. Nas arquibancadas, os torcedores pediam: “Não pára, não pára, não pára”. Não adiantou. O Marília soube se defender e quase virou a partida em cobranças de falta de Altair. Felipe impediu.